No Corre #10: sobre insistir e/ou desistir
e mais: conheça a trajetória do co-fundador de um dos mais novos unicórnios da América Latina 🦄
A gente cresce com a ideia de que insistir é sinônimo de ter força de vontade e que desistir é igual a fracassar. Conforme o tempo vai passando, fica claro que existe um limite onde os dois atos se invertem e insistir vira burrice e desistir vira esperteza. Mas como entender quando esse momento chega?
Tenho pensado nisso ultimamente.
Há uns 10 dias, navegando pelos livros na Amazon como quem vai à livraria só para dar uma olhadinha e passar o tempo, encontrei um livro do Seth Godin chamado O melhor do mundo: saiba quando insistir e quando desistir.
Seth Godin, para quem não sabe, é um dos grandes nomes do marketing. Ele já escreveu best sellers como Tribos e Isso é Marketing e eu não fazia a menor ideia de que também tinha esse livro que flerta, digamos assim, com autoajuda. Enfim, por ser dele e por abordar conceitos que têm me feito pensar, comprei para ser a minha leitura do último feriado. O livro é curto, tem menos de 100 páginas e fala algumas obviedades que valem a pena ser relembradas.
Desistir é estratégico
Aqueles que são bem-sucedidos em algo, seja no trabalho ou em algum hobby, tiveram de desistir de outras coisas para chegar ao topo. Simples assim.
“A desistência estratégica é o segredo de organizações bem-sucedidas. A desistência reativa e serial são a maldição daqueles que lutam para conseguir o que querem mas acabam fracassando. A maioria das pessoas faz exatamente isso. Elas desistem quando é doloroso e persistem quando não podem se dar ao luxo de desistir.”
Vão x Beco sem saída x Abismo
Seth Godin destaca três curvas que enfrentamos quando nos envolvemos com algo e pensamos em desistir: 1) o vão; 2) o beco sem saída; e 3) o abismo.
O vão é aquele momento em que a empolgação meio que passa, os resultados esperados já não são os mesmos do início e você começa a se questionar se vale a pena continuar. É ele que separa o joio do trigo - ou os persistentes dos desistentes - e também te faz desconfiar se está em um beco sem saída ou em um abismo.
O beco sem saída é aquele lugar que toma o seu tempo e te impede de apostar em outros desafios. Aqui, a solução é sempre fugir, pois, como o próprio nome indica, não vai te levar a lugar nenhum.
Já abismo é o que acontece quando você não foge do beco sem saída: fica tarde demais para desistir e tudo desmorona.
No final das contas, é tudo meio que sobre energia. A energia que você gasta no vão e no beco sem saída são as mesmas, mas uma pode te levar a algum lugar e a outra não. Já a energia do abismo é aquela que te suga e, bem, não tem como resultar em algo bom.
Apesar de gostar da ideia que citei lá no início de que quem insiste tem força de vontade (no maior estilo “sou brasileiro e não desisto nunca”), é sempre bom olhar pelo lado racional – e um tanto frio – também. Quanto maior for a energia gasta, maior pode ser a frustração depois. Vai valer a pena?
Enfim, ficam as reflexões para quem estiver pensando nisso :)
No Corre essa semana
Como não rolou newsletter na última semana, acabei não divulgando para vocês, mas publiquei um papo com o Alejandro Vázquez, co-fundador da Nuvemshop, um dos novos unicórnios da América Latina.
Conheci o Alejandro em 2018 em uma edição do Startup Weekend em que fui organizadora voluntária e ele um dos mentores.
Sabe empreendedor humilde e pé no chão? Então. Vale conhecer a história!
Antes de encerrar por hoje…
Para a edição não ficar muito longa, vou deixar a seção “abas que abri (e li)” para a próxima, mas fica a dica:
→ Ainda um pouco sobre o texto principal dessa edição, vale a pena assistir ao curta abaixo. Gravado na Suécia, Ten Meter Tower é um experimento para captar como as pessoas reagem em situações difíceis. No caso, na dúvida entre pular ou não de 10 metros de altura. Sério, são 16 minutos que passam rápido.
Boa semana! :)
Luiza